Como lido com uma opinião diferente da minha.

“Será que tenho equilíbrio interior para acolher uma opinião, escolha ou crença diferente que vem do outro? Muitas pessoas não conseguem sair das superficialidade das discussões onde defendem seu pontos vista apenas, sem disposição interna de ouvir e tentar entender o outro. Desta intolerância à “opinião que difere” surge os famosos discursos de ódio e a generalização do comportamento alheio, muito comuns na internet hoje em dia. Mas pergunto: se conseguíssemos chegar ao “cerne” do pensamento alheio, não poderia haver por trás desta outra opinião, escolha ou crença uma moralidade ou mesmo uma busca autêntica do outro indivíduo?”

        Hoje, percebemos alguns temas que incitam discussões calorosas devido opiniões diferentes ou até mesmo contrárias. Mas o que me chama mais a atenção não é a opinião em si, mas a postura em relação à opinião alheia que difere da minha.

Será que tenho equilíbrio interior para acolher uma opinião diferente que vem do outro? 

      Acolher não quer dizer concordar, mas aceitar que o outro tenha o direito de ter uma opinião diferente e possa expressá-la livremente. Desta intolerância à “opinião que difere” surge os famosos discursos de ódio e a generalização do comportamento alheio, muito comuns hoje em dia, onde cada um busca sempre ter mais razão.

       Se conseguíssemos chegar ao “cerne” do pensamento alheio, não poderia haver por trás desta outra opinião, escolha, crença, uma moralidade ou mesmo uma busca autêntica do outro indivíduo?

       Mas muitas pessoas não conseguem sair das superficialidade das discussões onde defendem seus pontos vista apenas, sem disposição interna de ouvir e tentar entender o outro. E nesse duelo de egos se inicia uma sessão de julgamentos e taxações do comportamento alheio, chegando muitas vezes ao ponto de pregar uma inquisição. Essa inquisição seria uma coisa muito perigosa, pois pode fazer com que as pessoas usem máscaras sociais para se adequar ao padrão moral e evitar conflitos com medo de expressar seus verdadeiros pensamentos. 

Poderia eu tocar a alma do outro ou mesmo ser tocado por ela sem acolher com amor, sem ouvir e sem aos menos tentar compreender suas opiniões, escolhas, crenças e atitudes em um nível mais profundo?

       É nesse encontro entre as almas é que surge o amor, não o amor carnal, mas o amor verdadeiro do reconhecimento do outro.  À partir desse reconhecimento percebemos o quão mágico e divino é o outro ser humano, o que nos traz o verdadeiro sentido de humanidade. E isso nos fortalece e nos faz tentarmos sempre ser pessoas melhores, não só para nós, mas para todos. Lutar para que todos floresçam e possam expressar todas as qualidades e talentos de suas individualidades, independente de seus defeitos e dificuldades de hoje.

“Que o meu pensar seja claro, verdadeiro, sem julgamento e ponderado. Que meu sentir seja aquecido, amoroso, com compaixão pelo outro, trazendo a verdade do amor latente em si. Que minha ação seja fiel a uma causa, apaziguadora. Que eu possua a virtude de fazer o bem. Que eu possa ajudar ao outro ser humano e acompanhá-lo. Que eu desenvolva o sentido humanitário e colocar a minha força à disposição da humanidade. Que eu Ilumine com sabedoria os lados negativos ou sombras. Que eu possa ajudar o outro a encontrar suas metas e realizá-las. Que eu acompanhe o destino do outro, ajude-o a encontrar os lados positivos da vida para aproveitar, para um todo maior, as qualidades positivas de cada um.”

      Enfim, que possamos sempre olhar para o outro com o olhar do amor e da compreensão, respeitando suas origens, princípios e ideais, pois não sabemos o que o trouxe até aqui, e nem os caminhos que percorreu para isso. Talvez aquilo que queira tanto mudar em seu pensamento é o que o faz permanecer vivo, ou talvez esta crença, comportamento, opinião que tanto lhe incomoda esteja mais em você do que gostaria.

Um lindo restinho de quarta. 

Com carinho, Tatiana.

Alguns trecho foram extraídos do Texto A opinião que difere da minha, da Biblioteca Virtual de Antroposofia.